Nascida há quatorze séculos com a pregação do profeta Maomé, a religião islâmica é hoje a segunda do mundo. Com cerca de um bilhão de fiéis, o islamismo é a segunda religião do mundo, mas, considerando o rápido crescimento demográfico que ocorre em alguns países de maioria muçulmana, as estatísticas prevêem que, por volta do ano 2050, poderá tornar-se a primeira. O mundo islâmico propriamente dito, isto é, os países em que a maioria, quando não a totalidade da população professa a religião muçulmana, cobre um território vastíssimo: todo o norte da África (inclusive Sudão, Mali, Mauritânia ...), o Oriente Médio, a Ásia Central, parte da região indiana e, sobretudo, a Indonésia que, sozinha, reúne mais de 160 milhões de fiéis. A esses territórios devemos acrescentar, hoje, a América do Norte e a Europa, onde o fluxo dos imigrantes muçulmanos aumenta e há até um certo número de convertidos (além das regiões em que a presença islâmica é, há séculos, bem significativa como, por exemplo, a Albânia e a Bósnia).
Em cada uma das grandes áreas culturais em que se implantou, o islamismo encontrou civilizações e culturas anteriores, das quais restaram traços tanto na vida religiosa quanto na social. Mas todos adoram o mesmo e único Deus (Alá em árabe significa simplesmente "o Deus"); todos veneram Maomé, aquele que recebeu e divulgou a revelação divina definitiva; para todos Meca é cidade santa: rezam voltados para sua direção e, ao menos uma vez na vida, ir até lá em peregrinação é um dever importante.
O islamismo é uma realidade homogênea, visto que a característica essencial dessa religião é orientar não apenas a vida espiritual do homem, mas também a cultural, econômica e política. Essa rejeita completamente a distinção entre conduta espiritual e conduta temporal e pretende unir com uma única lei - a lei corânica - a globalidade da vida de cada crente. Resumindo, em sua forma mais ortodoxa, o islamismo deve ser din wa dawla, religião e estado.
A história
Maomé, o profeta
Maomé nasceu em Meca, entre 567 e 572, no seio da importante tribo dos coreicitas. Perdeu os pais ainda muito pequeno e foi adotado pelo avô e, depois da morte deste, pelo tio Abu Talib, cujo filho, Ali, será um dos primeiros discípulos do futuro profeta e quarto califa. Atingindo a maioridade, dedicou-se às atividades comerciais e a tradição lembra que por causa de sua honestidade, virtude bastante rara no ambiente de Meca, recebeu o apelido de al-Amin, isto é, o confiável. Por causa da profissão que exercia, Maomé teve a oportunidade de estar em contato com viajantes árabes que voltavam à pátria, provenientes de muitos países e, graças à sua atenção aos costumes e à religiosidade dos outros povos, formou, pouco a pouco, um grande patrimônio de conhecimentos que, em parte, reunirá em sua pregação.
Nos séculos anteriores ao nascimento do islamismo, a península arábica conheceu, além do paganismo das tribos beduínas, também o cristianismo e o judaísmo, que exerceram certa influência na formação ética e moral de Maomé, visto que ele se colocou no elenco dos profetas bíblicos, a quem Deus havia se revelado.
Por volta dos 29 anos, Maomé casou-se com Khadigia, uma rica viúva de Meca para quem trabalhava. Ela foi de fundamental importância na vida do profeta porque, além de ser a primeira confidente das visões do marido, sustentando-lhe a natureza divina, tornou-se o mais forte apoio nos primeiros anos de pregação.
A revelação, segundo a narração dos Hadith, tradições das falas e dos feitos do profeta, foi um fato inesperado, que aconteceu quando Maomé já era um adulto que se opunha à religiosidade pagã e politeísta das tribos árabes e dela fugia. Uma noite, depois de um retiro solitário nos montes, o anjo Gabriel apareceu ao profeta e ordenou-lhe: "Recite!" ( a primeira palavra do Alcorão), exortando-o a pregar em nome de Alá, o único Deus. Desde então, Maomé recebeu continuamente mensagens de Deus que todos muçulmanos consideram verídicas, e, depois de algumas hesitações, começou a defender o conteúdo da revelação.
De Meca a Medina
A pregação do profeta do islamismo, puramente religiosa, não ambicionava subverter a sociedade e nem modificar radicalmente os ritos tradicionais como, por exemplo, a peregrinação à caaba, que foi reinterpretada do ponto de vista islâmico. Contudo, Maomé encontrou a hostilidade da aristocracia de Meca, visto que a adesão ao islamismo de todos os árabes, como ele desejava, impunha o fim do exasperado particularismo tribal. A piedade e a generosidade do profeta fizeram com que os primeiros convertidos ao islamismo viessem das classes mais humildes, provocando na oligarquia dominante o medo de alguma desordem social.
Em 622, o profeta foi obrigado a transferir-se a Yatub, que receberá depois o nome de Medinat al Nabi, termo árabe que significa a Cidade do Profeta, mais simplesmente conhecida como Medina. Ali viviam quatro tribos pagãs, três judaicas e duas cristãs. O ano da Hégira, isto é, da emigração para Medina, é considerado pelos muçulmanos como o ponto de partida para a contagem dos anos da nova era inaugurada pelo profeta. Maomé, depois de ter conseguido acabar com a discórdia das diversas facções urbanas, pode pregar livremente e criou uma grande comunidade. Segundo a sua palavra e o seu exemplo, nasceram os costumes rituais e as primeiras leis do islã. Em pouco tempo, o profeta reuniu em torno de si tantos fiéis que pode desafiar os habitantes de Meca e, em 630, entrou triunfalmente em sua cidade natal.
Maomé morreu em 632, em Yatrib (ou Medina), enquanto a comunidade dos fiéis a Alá crescia, a olhos vistos, em toda a Arábia. Nasceu uma nova religião, o islã (ou islamismo), palavra que em árabe significa "submissão", e muçulmanos, ou seja, aqueles totalmente submissos a Deus, foram chamados os seus fiéis.
A história depois de Maomé
Com a morte de Maomé, que não havia deixado nenhuma indicação a respeito de sua sucessão, a sobrevivência do islamismo deveu-se em parte a Omar, companheiro do profeta, que investindo Abu Bakr com a autoridade antes detida por Maomé, deu origem à figura do califa, um "vigário" ou sucessor do profeta.
Depois dos primeiros quatro califas, após graves lutas internas que deram origem à facção xiíta (talvez o mais importante dos movimentos cismáticos muçulmanos), tomou o poder o governador da Assíria, iniciando a dinastia omíada (661 - 750), que deslocou a capital para Damasco e tornou essa cidade o novo centro da vida política e cultural.
À dinastia omíada seguiu-se a dinastia abásida (750 - 1258), que tomou o poder através de um verdadeiro golpe de estado. Também de origem árabe, os abásidas estenderam a presença do islã até a Índia e transferiram para o Iraque seu centro do poder, fundando em Bagdá a nova capital.
Desde o início do império dos abásidas, contudo, andaram se formando as dinastias independentes, sendo o emirado de Córdoba (Espanha) a primeira de todas. Depois do ano mil, houve a primeira onda de povos provenientes da Ásia: os turcos seljúcidas, islamizados no sec. X. Estes ocuparam um lugar relevante na história, não apenas como conquistadores, mas como adversários do ocidente. Foi contra a barreira por eles criada ao redor da Terra Santa que se levantou a primeira cruzada, causa do choque entre oriente e ocidente que durará por alguns séculos.Os novos chefes de estirpe turca tomaram o nome de sultões (aqueles que detêm o poder) para manter a distinção entre a autoridade deles e a do califa, sucessor de Maomé, que continuava em Bagdá.
A segunda onda de povos da Ásia central é a dos mongóis que, no início do século XIII, avançou contra os países islâmicos ocidentais. Com Gengis Khan (morto em 1227) surgiu um poderosíssimo império que se estendeu por grande parte da Ásia. Em 1258, Bagdá caiu sob a pressão mongol, provocando no mundo islâmico um choque comparável ao provocado pela queda do Império Romano do ocidente.
No fim do século XIII, a dinastia turca dos otomanos tomou o poder substituindo-se aos seljúcidas. O Império Otomano tornou-se, depois da queda de Constantinopla em 1543, uma potência mundial durante quatro séculos, contribuindo muito eficazmente para a difusão do islamismo.
Fé e moral
Todos os conteúdos da fé e da doutrina islâmica encontram-se no Alcorão e na Suna, que indicam as condições necessárias e suficientes para ser um bom muçulmano, ou seja, a adesão e a observância dos cinco pilares do islã. Estes são os fundamentos da religião que são observados por todos os muçulmanos de todos os tempos e países, mesmo pelos considerados cismáticos.
Os cinco pilares
* O primeiro desses preceitos é a profissão de fé, isto é, o testemunho de que "não há outro deus a não ser Deus e que Maomé é o enviado de Deus". Esse primeiro ponto confirma a fé no Deus único e na autenticidade da missão profética de Maomé. Este é visto como o depositário da definitiva revelação divina.
O islamismo tem grande consideração pela tradição profética judaico-cristã e no Alcorão podemos encontrar figuras como Abraão, Moisés e Jesus.
A profissão de fé é a primeira das boas obras e sem essa nenhuma outra obra pode ser boa nem válida para obter o acesso ao paraíso. Pensando nos dez mandamentos da tradição judaico-cristã, percebe-se facilmente o paralelo entre os primeiros três e o primeiro dever de todo muçulmano.
* O segundo pilar é a oração: considerada como um rito litúrgico, difere da oração espontânea que pode ser feita livremente em qualquer momento do dia. A oração ritual deve ser recitada cinco vezes ao dia: ao amanhecer, por volta do meio-dia, à tarde, ao cair do sol e à noite.
A oração obrigatória é dirigida pelo idhan, o chamado feito pelo muezim, aquele que convida à oração do alto do minarete. Algum tempo após a primeira chamada à oração, o muezim procede a uma segunda. Nesse momento, o fiel que fez as abluções, inicia o rito da oração.
A verdadeira oração subdivide-se em diversas fases, chamadas Rak'ah: antes de tudo, expressa-se a intenção de querer fazer uma determinada oração, por exemplo, a do meio-dia. Deve-se pronunciar, portanto, com as mãos levantadas até os ombros, as palavras Allah Akbar ("Deus é o maior") e executar assim o primeiro grupo de ações e palavras que constituem a Rak'ah:
A verdadeira oração subdivide-se em diversas fases, chamadas Rak'ah: antes de tudo, expressa-se a intenção de querer fazer uma determinada oração, por exemplo, a do meio-dia. Deve-se pronunciar, portanto, com as mãos levantadas até os ombros, as palavras Allah Akbar ("Deus é o maior") e executar assim o primeiro grupo de ações e palavras que constituem a Rak'ah:
1.ª permanecendo na mesma posição, é preciso recitar a primeira Sura do Alcorão, chamada "abertura" no fim da qual se pronuncia a palavra amin, equivalente ao nosso amém e se acrescentam dois ou mais versículos do Alcorão;2.ª dobra-se o corpo para frente, de modo que as mãos cheguem à altura dos joelhos, fazendo assim uma espécie de inclinação;3.ª volta-se à posição inicial;4.ª começa, neste momento, a prostração, durante a qual os joelhos, depois as mãos e o rosto devem tocar o chão;
5.ª volta-se à posição de joelhos, com as mãos sobre as coxas;6.ª faz-se uma nova prostração e com esta termina a primeira Rak'ah.
Em cada posição devem ser rezadas determinadas orações. Outras devem ser rezadas no fim, de joelhos.
A oração mais importante é a segunda, que acontece por volta do meio-dia, e a da sexta-feira. O significado do termo árabe que designa a sexta-feira é "dia da reunião" de todos os muçulmanos na mesquita, de forma solene, para a oração do meio-dia.Durante a reunião solene da sexta-feira, são lidos trechos escolhidos do Alcorão. Por isso, a sexta-feira tornou-se o dia festivo dos muçulmanos, ainda que não comporte a obrigação de suspender as atividades de trabalho ou outras ações particulares, como acontece com o sábado para o judeu.
Para desenvolver corretamente a oração ritual não é necessário dirigir-se à mesquita. Qualquer lugar pode ser adequado, contanto que não haja um contato direto com o terreno, fonte de impureza: um simples tapete, corretamente voltado para Meca, é um espaço ritual puro onde se pode rezar devidamente, contanto que não haja imagens de seres humanos ou animais. Há também "liturgias" especiais como para funerais, circuncisão, etc.
* O terceiro pilar é a esmola ritual. Trata-se de uma contribuição financeira, uma espécie de um dízimo que o poder público tem o direito de impôr para utilizar em obras de beneficiência ou de interesse público.
O valor moral da esmola é grande: aprender a proteger os pobres, tanto em suas necessidades materiais como no estado psicológico de prostração e frustração em que se encontram; reduzir o número dos desempregados e dos mendigos (sobre esta explicação de princípio se encaixam as tentativas das reformas sociológicas dos países muçulmanos em desenvolvimento); assegurar os fundos para a difusão do islamismo; fazer com que os pobres não odeiem os ricos; purificar os ricos do "cupim" da avareza ...
* O quarto pilar da religião islâmica é o jejum. O Alcorão impõe a obrigação severa do jejum por um mês inteiro, o do Ramadã, mês do calendário lunar em que foi revelado o livro sagrado. As crianças e aqueles que estão doentes ou em viagem podem ser dispensados dessa penitência, contanto que façam o jejum assim que for possível, pelo mesmo número de dias. É uma observância difícil que é concebida como um ato de domínio de si e como gesto de obediência a Deus. O jejum muçulmano é muito rigoroso, porque durante o dia, do amanhecer às primeiras sombras da noite, não se pode comer nada nem beber um copo de água, não se deve fumar, nem aspirar um perfume e nem manter relações sexuais: todos os sentidos devem ser completamente mortificados.
Durante a noite, ao invés, tudo se torna lícito, sempre nos termos prescritos pelo Alcorão.
O jejum, caindo num mês lunar, muda no início de cada ano e somente após trinta e três anos recai na mesma data. Pode cair no inverno ou em pleno verão: neste segundo caso, quando o dia é mais longo e a temperatura mais elevada, é particularmente mais pesado, especialmente para aqueles que trabalham. O jejum deveria ser observado por todos com escrupuloso empenho, porque o Alcorão afirma que enche a alma do observante de fidelidade ao dever e de temor reverente, além disso habitua o homem à constância em suportar a adversidade e faz conhecer aos ricos os sofrimentos da fome e da sede, tornando-os compassivos em relação aos pobres.
Sabe-se, contudo, que o processo de secularização, em alguns países islâmicos, faz com que essa prática ritual seja hoje descuidada por muitos muçulmanos, especialmente jovens.
* O quinto e último pilar do islã (não obrigatório porque não acessível a todos, especialmente do ponto de vista econômico) é a peregrinação a Meca. Ir em peregrinação à cidade santa de Meca, ao menos uma vez na vida, é o desejo mais intenso de todo muçulmano piedoso, além de uma prescrição corânica bem clara. Também a peregrinação é regulada por todo um minucioso ritual, como, por ex., dar sete voltas ao redor da caaba e tocar e beijar a pedra negra, um bloco de pórfiro escuro, vermelho-violáceo, já venerada pelas tribos árabes antes da pregação de Maomé.
Mais do que o aspecto ritual, a peregrinação assume, aos olhos do muçulmano piedoso, o aspecto de uma verdadeira renovação espiritual que se consegue com o fervor das orações. A peregrinação tem também o valor de reforçar os vínculos no seio da comunidade muçulmana por meio do encontro entre todos os irmãos. No clima de expansão do novo islamismo, o afluxo dos peregrinos vem assumindo, nos últimos tempos, proporções cada vez maiores, o que causa problemas às autoridades da Arábia Saudita.
Em Meca, todos os muçulmanos sentem-se verdadeiramente irmãos e a túnica branca do peregrino iguala todos diante de Deus; como a peregrinação tirou o homem de sua casa e de sua família para ir à casa de Deus, assim a morte vai tirá-lo de sua casa e dos seus familiares para ir ao paraíso.
Outros preceitos
Existem ainda outros preceitos mais gerais com penas para os vários pecados. Um manual de moral elementar apresenta uma lista de pecados graves. Os dois mais graves, que Deus não perdoa, são: associar outras divindades a Alá e o suicídio. Em seguida: a apostasia (abandono da religião); acusação de mentira feita a Maomé; insultos a Maomé; homicídio fora da legítima defesa; fornicação; adultério; faltas contrárias à natureza; faltas graves contra os pais; calúnia grave; usura e outros.
Os pecados são uma desobediência à lei positiva de Deus e os mesmos permanecem enquanto o culpado não se arrepende e não muda de comportamento.
O casamento não é indissolúvel entre os muçulmanos. O homem pode despedir a mulher sem ter que dar satisfação a ninguém. A mulher pode pedir o divórcio se isto constar no ato do contrato do casamento.
A poligamia é permitida, à condição que o número de esposas não seja superior a quatro. A poligamia é praticada atualmente por uma minoria.
Também fazem parte da doutrina islâmica - e são muito observadas - algumas prescrições alimentares. A esse respeito o Alcorão diz: "São proibidos para vós alguns animais mortos (isto é, alimentar-se de animais já mortos por doença ou morte natural), o sangue, a carne de porco, os animais que foram abatidos sem a invocação do nome de Deus e aqueles sufocados ou mortos a pancadas..."(V,3). Também são proibidas as bebidas alcoólicas: "O vós que acreditais! Na verdade, o vinho, o maysir (uma espécie de jogo de azar), as pedras de idolatria, as flechas adivinhatórias são porcarias, obras de Satanás; evitai-as e que possais prosperar. Porque Satanás quer, com o vinho e com o maysir, lançar inimizade e ódio entre vós e retirar-vos da menção do santo nome de Deus e da oração" (V, 90-91).
O uso do véu que cobre o rosto da mulher havia desaparecido. Está voltando, sob a influência dos movimentos fundamentalistas.
A outra vida
No fim do mundo, os corpos ressuscitarão para serem julgados. O paraíso será o prêmio para os bons e o inferno o castigo para os maus. O Alcorão descreve o paraíso como um lugar onde os bons desfrutarão de prazeres materiais, entre os quais lindas virgens, as huris, reservadas a eles. Há, contudo, muçulmanos que interpretam o que está prometido no Alcorão como se fosse um simbolo de uma felicidade mais espiritual. O máximo da felicidade consistirá no fato de saber que quem está lá agradou a Deus.
Islamismo e mundo moderno
As divisões no islamismo
Nem todo o mundo muçulmano se reconhece no credo sunita. De fato, o bloco unitário dos primeiros fiéis desfez-se rapidamente, dando origem a algumas confissões muito próximas à ortodoxia e outras que podem ser consideradas quase estranhas aos princípios fundadores do credo muçulmano.
Não os primeiros, mas os mais numerosos a afastar-se da suna foram os seguidores de Ali, o quarto califa, primo e genro do profeta: esses achavam que o califado deveria permanecer no interior do clã de Maomé, depositário do brilho da revelação divina, e, portanto, rebelaram-se: nasceu assim a facção xiíta.
Não os primeiros, mas os mais numerosos a afastar-se da suna foram os seguidores de Ali, o quarto califa, primo e genro do profeta: esses achavam que o califado deveria permanecer no interior do clã de Maomé, depositário do brilho da revelação divina, e, portanto, rebelaram-se: nasceu assim a facção xiíta.
Os xiítas consideram-se os mais fiéis à tradição do que qualquer outro mulçumano e julgam-se proprietários da verdadeira suna. A diferença fundamental diz respeito à figura do califa: no mundo xiíta (que hoje é majoritário no Irã , enquanto no Iraque, no Libano e na Síria constitui uma significativa minoria) temos a figura do imã, nome que designa o descendente de Maomé que deve conduzir a comunidade. O imã xiíta, diferentemente do califa, não pode pecar e detém um saber sobre-humano. Por isso, os xiítas substituem o "igma", isto é, o consenso da comunidade (uma das bases da suna), pela autoridade do imã. A facção xiíta tem uma espécie de clero hierarquizado (ainda que não consagrado), único caso no mundo islâmico, cuja figura mais importante é o aiatolá, o "sinal de Deus".
O islamismo hoje
Nos séculos de ouro do califado de Bagdá, o mundo islâmico foi um verdadeiro farol cultural e econômico, cuja luz brilhava até no ocidente. É suficiente pensar nos excepcionais resultados obtidos pelos sábios islâmicos nos campos da matemática, astronomia, medicina, da descoberta e difusão de boa parte do pensamento filosófico grego que se acreditava perdida, entre outros. O resultado disso reflete-se na etimologia do vocabulário científico como: álgebra, zero, zênite, alambique, alquimia, etc.
No século XIX, o mundo islâmico viveu uma profunda crise espiritual e política, acentuada pela decadência do Império Otomano.
Surge, então, um angustiante problema que foi sentido sobretudo nas elites muçulmanas mais modernas: por que a comunidade islâmica sofria essa desfeita coletiva? Por que o islã era impotente diante dos novos problemas e parecia ter perdido a eficácia social que o tornara glorioso na Idade Média?
Entre os mais importantes "reformadores" muçulmanos do século XIX, artífices do despertar do mundo islâmico, não podemos esquecer Galal al-din al-Afgani, que procurou modernizar o islamismo e exortou os muçulmanos a rebelarem-se contra o imperialismo europeu. É considerado o pai do "pan-islamismo", uma grande corrente de pensamento que almeja a superação das divisões étnico-tribais e a somatória de esforços dos muçulmanos no caminho comum do progresso, em nome da fé e da convicção de que a autêntica doutrina islâmica não está em contraste com a modernidade, como algumas facções obscurantistas sustentavam, temendo talvez que a evolução técnico-científica levasse à ocidentalização e, portanto, à perda da fé.
O último movimento que também deve ser considerado é o dos Irmãos muçulmanos, nascido no Egito nos anos 30, por iniciativa do professor primário Hasan el-Banna. Este propunha a reforma religiosa política e intelectual do islã, sonhando com um retorno ideal às origens da era islâmica.
Os Irmãos muçulmanos, ativos na educação e no sustento material e psicológico também das classes mais humildes, conseguiram seguidores em muitos países islâmicos. Em algumas nações foram considerados fora da lei, acusados de sustentar o terrorismo. É certo que, perdido o ânimo inicial, a doutrina dos Irmãos muçulmanos fechou-se numa rígida reação anti-ocidental, aproximando-se dos grupos fundamentalistas.
Os Irmãos muçulmanos, ativos na educação e no sustento material e psicológico também das classes mais humildes, conseguiram seguidores em muitos países islâmicos. Em algumas nações foram considerados fora da lei, acusados de sustentar o terrorismo. É certo que, perdido o ânimo inicial, a doutrina dos Irmãos muçulmanos fechou-se numa rígida reação anti-ocidental, aproximando-se dos grupos fundamentalistas.
O fundamentalismo islâmico
Nas últimas décadas, cresceram a intolerância e o fanatismo até em altos expoentes da "intellighentia" islâmica, que contam com a aprovação de grandes camadas da população, sobretudo nos grupos populares, desiludidos com a falência dos sonhos das utopias socialistas dos anos 60 e cada vez mais empobrecidos pelo deterioramento dramático da situação econômica e pela corrupção das classes que estão no poder.
Sem entrar numa análise detalhada do grande número de grupos considerados integralistas, cujos interesses são sempre orientados para a esfera política, pode-se afirmar, resumindo, que esses grupos insistem numa única interpretação do islamismo, que julga necessária a instituição de um Estado muçulmano, baseado na mais intransigente leitura da Sharia, a lei islâmica.
Ziauddin Sardar, escritor e jornalista londrino, analisando esse fenômeno, afirma que: "a visão do mundo, integrada, holística e teocêntrica do islamismo transformou-se numa ordem mundial totalitária e teocrática e um Deus ético da persuasão foi substituído por um Deus coercitivo e político".
O socialismo árabe
No período da descolonização e da guerra fria, também nos países islâmicos ocorreu uma notável abertura às doutrinas de matriz socialista. Ainda hoje é oportuno falar disso porque o partido socialista árabe por excelência, o partido Bath, ainda é o partido do governo de dois países de grande importância para o equilíbrio do mundo islâmico: Síria e Iraque.
Em resumo, trata-se de uma forma original de socialismo que, mesmo utilizando no plano econômico certos métodos marxistas, é autônomo do ponto de vista ideológico. Nem ateu nem materialista, é pragmático e rejeita a luta de classes. Todos os líderes declaram-se espiritualistas e querem ter o Alcorão como apoio. Muitos artigos e estudos especializados tendem a mostrar, de um lado, a incompatibilidade do islã com o comunismo ateu e de outra, as raízes islâmicas e corânicas de todo tipo de socialismo.
Cristo no islã
O Alcorão traz muitos trechos referentes a Jesus, considerado o maior profeta antes de Maomé, ainda que se diga que a figura de Cristo que emerge do Alcorão deriva, em parte, dos episódios narrados nos evangelhos apócrifos.
As afirmações que a ele dizem respeito apresentam-no com estes títulos: mensageiro de Deus; palavra de Deus depositada em Maria; espírito emanado por Deus; simples servo de Deus; enviado de Deus.
De Cristo são lembrados também vários milagres, mas a preocupação de vários momentos do Alcorão é, sobretudo, negar a Cristo o título de Filho de Deus e, mais ainda, de Deus. Realmente, para o islamismo, a unicidade de Deus é um conceito tão absoluto e radical que a possibilidade da encarnação não pode ser considerada e o mistério da Trindade é visto como uma tentativa de corrupção dessa unicidade.
Existe uma sura do Alcorão, a Sura do culto sincero, que exprime de maneira exemplar a profundidade do monoteísmo corânico: "Diga: Ele é Único. Deus o Eterno. Não gerou nem foi gerado, ninguém é semelhante a Ele" (CXII).
Por isso, existe tamanha distância entre muçulmanos e cristãos. Aliás, os cristãos são considerados corruptores da genuína mensagem de Cristo e os quatro evangelhos canônicos (Mateus, Lucas, Marcos e João), mesmo sendo conhecidos, não são aceitos.
O islã, além de não crer na divindade de Cristo, nega também sua morte na cruz. Maria, sua mãe, é muito considerada e celebra-se seu parto virginal.
Diz o Alcorão: "E no Livro, lembre-se de Maria, quando se afastou de sua gente e foi em direção ao Oriente e colocou, para proteger-se deles, um véu. E nós lhe enviamos o nosso Espírito que lhe apareceu sob a forma de um homem perfeito. Ele lhe disse: 'Eu sou o mensageiro do teu Senhor para dar-te um menino puro'. E ela: 'Como poderei ter um filho se nenhum homem jamais me tocou e não sou uma mulher má?' Disse: 'Assim será. Porque o teu Senhor disse: Coisa fácil é para mim e nós, certamente , faremos dele um Sinal para os homens, um ato de clemência nossa: isto é coisa decretada.' E ela o concebeu e retirou-se com ele para um lugar distante" (XIX, 16-22).
Comparação dos Calendários
- A contagem islâmica do tempo baseia-se no ciclo lunar que, diferentemente do solar, tem 364 dias em vez de 365, por isso, não somente os meses não correspondem mais às estações, mas a cada 33 anos, cria-se a diferença de um ano entre a data muçulmana e a nossa, que é solar. Considerando também que o califa Omar fixou a data da era muçulmana partindo da data de emigração de Maomé para Medina (16 de julho de 622), para encontrar a relação entre os nossos anos e os da era muçulmana, é preciso usar estas tabelas:
E = ano de Hégira (da emigração)
G = ano gregoriano (nosso calendário)
G = ano gregoriano (nosso calendário)
G = E + 622 - E 33
e inversamente
E = G - 622 + G - 622 32
- Uma última particularidade do calendário muçulmano refere-se ao dia. O dia muçulmano não começa como o nosso, depois da meia-noite, mas como o judaico, logo após o pôr-do-sol. O dia festivo dos muçulmanos é sexta-feira, dia da solene oração pública, que acontece quando o sol está a pino.
Os nomes de Deus
Segundo a teologia muçulmana, os nomes de Deus são 4 mil: mil são conhecidos apenas por Deus; mil, por Deus e pelos anjos; mil, por Deus, pelos anjos e pelos profetas; mil, por Deus, pelos anjos, pelos profetas e pelos fiéis. Desses últimos, 300 são citados na Torá; 300, nos Salmos; 300, nos evangelhos e 100, no Alcorão: desses, 99 são conhecidos pelos fiéis comuns; 1 está escondido, secreto e acessível somente aos místicos mais iluminados.
Segundo os ensinamentos do profeta Maomé, "existem 99 nomes que pertencem somente a Deus: aquele que os aprende, que os compreende e os enumera entra no paraíso e alcança a salvação eterna". De fato, entender "a essência" desses atributos é o primeiro passo para enriquecer-se espiritualmente. Eis porque, no plano estritamente prático, é costume do muçulmano, que se recolhe em oração, fazer correr entre os dedos as 99 contas do seu rosário. Todavia, os nomes de Deus não são Deus, mas um simples símbolo da realidade divina, adaptada aos limites da razão humana.
1 - Alá
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26 - Aquele que humilha
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51 - A Testemunha de si
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76 - O Evidente
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2 - O Misericordioso
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27 - Aquele que ouve (tudo)
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52 - A Verdade
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77 - O Escondido
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3 - Aquele que tem misericórdia
|
28 - Aquele que vê (tudo)
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53 - O Gerenciador
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78 - Aquele que rege
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4 - O Soberano, o Rei
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29 - O Juiz
|
54 - O Vigoroso
|
79 - O Altíssimo
|
5 - O Santo
|
30 - Aquele que iguala
|
55 - O Robusto
|
80 - O Bom
|
6 - A Paz
|
31 - O Benevolente
|
56 - Aquele que governa
|
81 - Aquele que perdoa
|
7 - O Fiel
|
32 - O Sagaz
|
57 - O Glorificador
|
82 - O vingador
|
8 - O Vigilante
|
33 - O Longânimo
|
58 - Aquele que conta
|
83 - Aquele que tem
compaixão |
9 - O Precioso
|
34 - O Sublime
|
59 - Aquele que recomeça
|
84 - O Rei do reino
|
10 - O imperioso
|
35 - O Clemente
|
60 - O Regenerador
|
85 - Aquele que possui
a Majestade |
11 - O Soberbo
|
36 - O Agradecido
|
61 - Aquele que dá a vida
|
86 - O Justo
|
12 - O Criador
|
37 - O Supremo
|
62 - Aquele que dá a morte
|
87 - Aquele que reúne
|
13 - O Plasmador
|
38 - O Grande
|
63 - O Vivente
|
88 - O que basta
a si mesmo |
14 - O Modelador das formas
|
39 - O Preservador
|
64 - O Subsistente
|
89 - Aquele que
enriquece |
15 - O Indulgente
|
40 - O Suficiente
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65 - O Constatador
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90 - O Protetor
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16 - Aquele que subjuga
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41 - O Sustentador
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66 - O Nobre
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91 - O Temível
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17 - O Doador
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42 - O Majestoso
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67 - O Único
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92 - Aquele que é útil
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18 - O Dispensador
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43 - O Generoso
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68 - O Um
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93 - A Luz
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19 - O Separador
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44 - O Guardião
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69 - O Eterno
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94 - O Guia
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20 - O Onisciente
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45 - Aquele que atende
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70 - O Poderoso
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95 - O Incomparável
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21 - O Limitador
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46 - O Onipresente
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71 - O Onipotente
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96 - O Imortal
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22 - O Pródigo
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47 - O Sábio
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72 - Aquele que aproxima
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97 - O herdeiro
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23 - Aquele que abaixa
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48 - O Amoroso
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73 - Aquele que distancia
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98 - O Guia para o Caminho certo
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24 - Aquele que eleva
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49 - O Glorioso
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74 - O Primeiro
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99 - O Paciente
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25 - Aquele que honra
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50 - O Ressuscitador
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75 - O Último
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Recita em nome do teu Senhor" são as primeiras palavras do Alcorão.
A letra n (nun) do alfabeto árabe é considerada simbolicamente a letra da ressurreição.
No islamismo, a meia-lua, associada a uma estrela, é imagem da ressurreição.
O Alcorão: revelado e transmitido por Deus
O significado do termo Alcorão é "recitação" e o profeta Maomé é, portanto, aquele que recitou, que repetiu aquela que, para todo muçulmano, é verídica palavra de Deus, originalmente concebida por Deus e revelada ao seu profeta. O Alcorão foi revelado e transmitido em árabe, por isso Maomé considerava-se, antes de tudo, o profeta dos árabes, vindo para afastá-los do paganismo e levá-los ao conhecimento do único Deus. O Alcorão é considerado o cumprimento da revelação divina expressa na Bíblia: Maomé é, pois, o último dos profetas, aquele a quem Deus confiou a revelação definitiva. Os versos revelados não foram transcritos por Maomé, mas pelos primeiros seguidores que "tomavam nota", quando seu mestre pregava; todas essas notas, ordenadas, deram origem a algumas variantes, até que o terceiro califa ordenou que fosse considerada oficial a redação de Zayd (um dos companheiros do profeta), ratificada por todos os testemunhos diretos sobreviventes, e ordenou que fossem eliminadas variantes que apresentassem algumas discrepâncias. O segundo califa, Abu Bakr, já havia começado a promover a elaboração escrita do Alcorão.
O livro sagrado dos muçulmanos apresenta-se subdividido em capítulos, que se chamam suras, dispostas não segundo a ordem cronológica da revelação, mas segundo sua extensão, assim, da mais longa à mais curta, com exceção da primeira sura, chamada "abertura", que é muito breve.
Além de conter os fundamentos teológicos, éticos e jurídicos da religião islâmica, o Alcorão é considerado também um perfeito exemplo de língua e de estilo: é a cópia terrena do arquétipo eterno que está nos céus com Deus; segundo algumas escolas teológicas, até mesmo não criado.
Graças ao Alcorão e à fé dos convertidos, o árabe está se tornando a língua oral e escrita na maior parte dos territórios em que se difunde a religião islâmica.
O chamado do Muezim
Deus é o maior (4 vezes)
Testemunho firmemente que não
existe deus a não ser Deus (2 vezes)
Testemunho firmemente que Maomé
é o enviado de Deus (2 vezes)
Vinde à oração (2 vezes)
Vinde à Salvação (2 vezes)
Deus é o maior (2 vezes)
Não existe deus a não ser Deus (uma vez)
Testemunho firmemente que não
existe deus a não ser Deus (2 vezes)
Testemunho firmemente que Maomé
é o enviado de Deus (2 vezes)
Vinde à oração (2 vezes)
Vinde à Salvação (2 vezes)
Deus é o maior (2 vezes)
Não existe deus a não ser Deus (uma vez)
A suna: o comportamento tradicional
Além do Alcorão, também a vida e o exemplo do profeta devem guiar, a cada dia, a vida dos muçulmanos. Ainda hoje, grande parte dos muçulmanos segue essas indicações, constituindo o islamismo sunita.
A suna é o comportamento tradicional baseado, na idade pré-islâmica, na imitação do comportamento dos antepassados e dos anciãos, e, com o advento do islã, na sira, a "biografia" do profeta e nos hadith, contos-tradição que narram as "falas e os feitos" de Maomé, de seus companheiros e de seus familiares. Os hadith, milhares de contos reunidos em numerosas compilações, têm seu valor associado à possibilidade de demonstrar que são da época da revelação. Assim, esses revelariam as efetivas memórias dos companheiros do profeta que, recordando ações e palavras pronunciadas pelo mestre, em situações particulares, quiseram deixar um exemplo para quem, no futuro, se encontrasse numa situação semelhante.
A suna constitui o segundo pilar sobre o qual se baseia o direito muçulmano (o primeiro, evidentemente, é o Alcorão) e, de fato, contém uma abundante coletânea de casos, de situações aos quais se referir, em caso de surgir alguma dúvida ética ou prática e que o juiz tenha que estabelecer a posição mais de acordo com a ortodoxia islâmica.
A mística islâmica
Existem verdadeiras práticas rituais que ajudam a atingir a comunhão mística com Deus, além, naturalmente, da sinceridade e da pureza de coração; uma dessas é chamada dhikr e consiste na repetição de um dos nomes de Deus, ou de uma fórmula litúrgica, até atingir o êxtase. A experiência mística, muitas vezes, está ligada à música e à dança ritual como no caso dos dervixes da Turquia que, nas cerimônias, executam danças vertiginosas, acompanhadas da recitação de jaculatórias.
Uma das figuras mais comoventes da mística islâmica é Rabi'ah al-'Adawiyya, uma mulher de origem humilde que viveu retirada no deserto e depois na cidade de Basra. A ela é atribuida estan frase: "Deus meu, se eu te adoro por medo do inferno, queima-me no inferno; e se te adoro na esperança do paraíso, exclue-me do paraíso. Mas se te adoro apenas por causa de ti, não escondas de mim a tua beleza imperecível ".
Ângelo Montani
Revisão e atualização : Mônica Colombo
Pequeno vocabulário do islamismo
- Aiatolá: a figura mais importante do clero na facção xiita.
- Alá: nome com que se designa o único Deus no islamismo.
- Alcorão: livro sagrado do islamismo. Contém as reveleções feitas a Maomé.
- Caaba: templo muçulmano em Meca e pedra sagrada que se encontra nesse templo.
- Califa: o sucessor de Maomé.
- Hadith: as tradições das falas e dos feitos do profeta Maomé.
- Imã: aquele que preside a oração. Entre os xiitas, é um descendente de Maomé, guia supremo da comunidade.
- Islã: nome que indica a religião que tem Maomé como fundador. A palavra significa "submissão" (a Deus).
- Meca: cidade da Arábia, berço e centro do islamismo.
- Mesquita: lugar de culto dos muçulmanos.
- Minarete: torre que se encontra junto à mesquita.
- Muçulmano: nome que indica o seguidor do islamismo. A palavra significa: "totalmente submisso a Deus".
- Muezzin: funcionário da mesquita que convida os fiéis à oração.
- Nabi: profeta.
- Ramadã: mês em que os muçulmanos devem jejuar.
- Sharia: a lei islâmica.
- Sultão: nome usado entre os turcos para indicar o chefe islâmico.
- Sufismo: a mística muçulmana.
- Suna: a verdadeira tradição islâmica baseada na biografia de Maomé e nos contos sobre as falas e os feitos de Maomé e dos primeiros quatro califas ortodoxos.
- Sura: cada capítulo do Alcorão.
- Xiismo: facção muçulmana fiel a Ali, genro de Maomé, e que pretende que um descendente do Profeta dirija sempre a comunidade.
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