Assim decretam os homens chamados "pós-modernos": - Decretamos sob a capa da verdade, iluminados por nosso "deus" ceticismo, que é proibido dizer o contrário, sob pena de ser absolutista". Com os poderes conferidos por nosso "deus" ceticismo, revogamos todo o pensamento humano e religioso anterior ao século XVIII e condenamos ao enforcamento aqueles que pensam.
Mas o que é relativismo? É um sistema de idéias que prega a pecha de que os valores morais não são absolutos, e devem ser assumidos como variantes de acordo com um determinado período da história e com as circunstâncias apresentadas no momento. Não é nada mais que dizer: - o Absoluto não é elemento que se pode conhecer (cognoscibilidade). Tudo está distante, não faz parte de nossas vidas, e nós devemos nos guiar por nossas vicissitudes e idiossincrasias e cometermos o erro de impor elas ao próximo, pois afinal, a frase de ouro é exatamente essa: "o que é certo pra mim, pode não ser certo pra você"! (que pérola)
A Igreja oferece elementos importantes para se manter um moral universal rumo ao absoluto, aos valores que não admitem contestação pelo prazer de cada um se guiar ao seu próprio modo. Ela (a Igreja) nos guia ao Deus (com "D") que não comporta reservas, transações, que não possibilita restrições.
Não raro exige-se das pessoas e principalmente dos fiéis católicos, interpelados por aqueles que vivem seu próprio ego - ou uma pseudo-moral que eles criaram para si mesmos - que se abandone a moral universal e perfeita da fé católica (redundância) para se assumir como valor aquilo que é desvalor em sí próprio e que não pode oferecer a saída para os dramas da humanidade, como se já não tivéssemos experimentado o que uma falsa moral ofereceu para a história (nazismo, fascismo, comunismo, ceticismo, pragmatismo)
Vivemos a moral como elemento essencial, pois não se vê nela outra coisa que não seja os bons costumes e a boa conduta segundo os preceitos socialmente estabelecidos. A Igreja é uma sociedade perfeita, guiada pelo cabeça que é Cristo, logo se vive as regras morais dessa sociedade, sob a autoridade do Romano Pontífice. Tornar tudo isso flexível para que as pessoas vivam ao seu próprio modo um sistema moral não é nem será forma exata de se valorizar a dignidade humana; mas sim, meio de criar tantas morais quantos forem os seres humanos, logo, a universalidade, deixa de ser característica da mesma para ser egóica e individual. Tudo é relativo, e de absoluto só a relatividade.
Citamos: Relativismo porque a idéia central é a ausência da verdade absoluta, tese já velha, que vem do século XVII. Mas é ditadura, também, e aqui está a novidade, pois é proibido sustentar o contrário. Todos têm um direito a tudo (até ao erro), menos direito a pensar que essa liberdade de errar é mera tolerância. Tudo, então, é relativo, exceto o próprio relativismo – e aí a petição de princípio. Já que a verdade é relativa, qualquer um é livre para acreditar no que quiser, menos defender que ela seja absoluta. Se o relativismo é um erro, pior ainda o que não admite que a ele alguém se oponha. (Brodbeck, Rafael Vitota in: O Ultramontano - Ditadura do Relativismo)
Quando se torna a moral (fruto da crise dita pós moderna) algo que pode ser manipulado de acordo com o entendimento de cada um - ou pior quando esse entendimento torna-se cada vez mais amplo e consegue cada vez mais um número de adeptos - se demonstra a evidência da fragilidade do corpo social ou do grupo de pessoas que pensam estar fundando uma nova ética, enquanto o que fazem é criar uma doutrina restrita a um certo número de déspotas. Substituir o perene pelo efêmero, não é o caminho adequado de se viver dignamente.
"Nada é verdadeiro, cada um deve ver como viver, afirma-se o materialismo, um ceticismo pseudo-racionalista cego que acaba na droga, acaba em todos estes problemas que conhecemos e de novo fecha os caminhos à fé, porque é tão simples, tão evidente. Não, não há nada de verdadeiro. A verdade é intolerante, não podemos tomar esta estrada". (Bento XVI: Zenit - © Copyright 2007 - Libreria Editrice Vaticana)
Podemos pensar é claro, devemos elaborar idéias, pensamentos, criar valores, fazer uma leitura da realidade e interpretá-la devidamente, e contribuir com a verdade única de nossas vidas: Jesus Cristo, tornado homem, morto, sepultado e ressuscitado. Veda-se apenas que se crie uma falta de correspondência, adequação ou harmonia entre aquilo que cada um pensa (subjetivismo), ou que manifesta através de um discurso, com aquilo que faz parte da realidade objetiva da humanidade, assim não sendo, o intelecto seria reduzido ao sistema fechado de nossos egos.
“Quantos ventos de doutrina conhecemos nestes últimos decênios, quantas correntes ideológicas, quantas modas do pensamento (…). A pequena barca do pensamento de muitos cristãos foi muitas vezes agitada por estas ondas, lançada de um extremo ao outro: do marxismo ao liberalismo, até à libertinagem, ao coletivismo radical; do ateísmo a um vago misticismo religioso; do agnosticismo ao sincretismo e por aí adiante. Cada dia surgem novas seitas e realiza-se quanto diz São Paulo acerca do engano dos homens, da astúcia que tende a levar ao erro (cf. Ef 4,14). Ter uma fé clara, segundo o Credo da Igreja, muitas vezes é classificado como fundamentalismo. Enquanto o relativismo, isto é, deixar-se levar “aqui e além por qualquer vento de doutrina”, aparece como a única atitude à altura dos tempos hodiernos. Vai-se constituindo uma ditadura do relativismo que nada reconhece como definitivo e que deixa como última medida apenas o próprio eu e as suas vontades” (Cardeal Joseh Ratzinger - Homilia da Missa Pro eligendo Romano Pontifici)
Complementa assim: “Ao contrário, nós temos outra medida, o Filho de Deus, o verdadeiro homem.É Ele a medida do verdadeiro humanismo. “Adulta” não é uma fé que segue as ondas da moda e a última novidade; adulta e madura é uma fé profundamente radicada na amizade com Cristo. É esta amizade que nos abre a tudo o que é bom e nos dá o critério para discernir entre verdadeiro e falso, entre engano e verdade. Devemos amadurecer esta fé e assim guiar o rebanho de Cristo. E é esta fé, só esta fé que gera unidade e se realiza na caridade"
Cardeal Joseh Ratzinger
Homilia da Missa Pro Eligendo
Romano Pontifici, 18/04/2005
Cardeal Joseh Ratzinger
Homilia da Missa Pro Eligendo
Romano Pontifici, 18/04/2005
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