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quarta-feira, 28 de março de 2012

O Santo Sepulcro



 Basílica do Santo Sepulcro é o lugar mais sagrado de Jerusalém, aquele que sem dúvida concentra as emoções mais secretas de cada visitante: a qualquer confissão ele pertença porque tão grande é a sugestão deste lugar onde a história se entrelaça com a lenda e onde a crença popular se une à fé religiosa, não poderá deixar de se perturbar, emocionado à vista da igreja.
Este lugar ficava além das muralhas da cidade, onde aconteciam as execuções capitais e sem dúvida era mais alto do que o atual, para que todos tivessem uma ampla visão dos condenados. Chamava-se Gólgota do aramaico gulgoleth que significa lugar do crânio, um pouco pela sua forma arredondada que é semelhante a um crânio e um pouco pela lenda que conta da sepultura do crânio de Adão.
Próximo a esta colina, onde ficava o sepulcro de Jesus, pareceu ideal ao imperador Adriano, em 135 d. C., construir aqui o Foro e o Capitólio da Aelia Capitolina, lugar de adoração da clássica tríade Júpiter, Juno e Vênus. Adriano queria acabar desta maneira com as esperanças hebraicas que, também depois da destruição do Templo, continuavam a venerar estes lugares sagrados.
Felizmente Adriano, para a construção do Templo Capitolino não aplanou as rochas onde foram cavados os sepulcros, mas limitou-se a preencher as cavidades com grande quantidade de terra. Deste modo criou, como base para o Templo, uma espécie de enorme terraço que impediu a destruição dos túmulos. Em 325 Helena, mãe de Constantino o Grande, e o bispo Macário, convenceram-se de ter encontrado, debaixo do Capitólio, o sepulcro de Jesus. As escavações que a imperatriz mandou imediatamente iniciar trouxeram à luz o sepulcro de Jesus quase intacto e, num fosso, as cruzes de Jesus e dos dois ladrões. Constantino mandou construir uma primeira igreja, iniciada em 326 e acabada em 335: mandou tirar todos os blocos de rocha deixando somente dois, o do Gólgota onde foi erguida uma cruz com o cibório no topo e o do sepulcro de Jesus, isolado por uma enorme construção redonda à qual foi dado o nome de Anástasis, que significa Ressurreição. A verdadeira basílica erguia-se no lado leste da Rotunda, tinha cinco naves e uma cripta construída pela descoberta da cruz. A basílica foi destruída pelos Persas em 614. A reconstrução começou 15 anos mais tarde sob o abade Modesto e a igreja ficou intacta até 1009, quando o califa el Hakem a destruiu completamente.
Quando os Cruzados aos 15 de julho de 1099, conquistaram a cidade, acharam a igreja, reconstruída pelo imperador Constantino Monomaco, bela, mas não digna de conservar o corpo de Jesus. Os Cruzados empenharam-se numa enorme obra de embelezamento e de transformações radicais e a nova igreja foi sagrada em 1149.
A igreja ficou substancialmente sem modificações até quando um grande incêndio, talvez criminoso, em 1808 a devastou quase completamente. Nesta triste ocasião, o mundo ocidental não prestou atenção aos pedidos de ajuda para a sua reconstrução, estando naquela época ocupado com as batalhas napoleônicas que empenhavam toda a Europa.
Os monges gregos, rivais antigos dos latinos, aproveitaram da ocasião e obtiveram a autorização para restaurar a igreja, ficando assim únicos senhores da situação. Infelizmente não se tratou de restauração, mas de uma nova destruição, porque foi apagado sistematicamente tudo o que pudesse lembrar do mundo latino. Hoje o Santo Sepulcro é subdividido entre seis comunidades religiosas: católica, grego-ortodoxa, armênia (estas três comunidades têm uma área muito vasta), copta, síria, abissínia (o convento desta comunidade fica no teto da igreja).

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