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sábado, 6 de abril de 2013

O PERIGO DO RELATIVISMO








Vivemos numa sociedade em que os valores da pessoa são vivenciados de uma forma absoluta e exagerada. Podemos apontar vários “ismos” que comprovam o que estamos afirmando. 

Percebemos com facilidade como o egoísmo tomou conta de muitas pessoas: elas pensam só em si mesmas, cuidam demais de si. E o individualismo – nem se fala; analisamos tantos indivíduos ao nosso redor que gostam de viver no seu mundinho, com as suas preferências, suas coisinhas, suas musiquetas, seus prazeres, no seu cantinho, com suas amizades, sempre muito restritas e interesseiras. São indivíduos que não gostam se engajar em nada ou comprometer-se com alguma coisa, pois não têm maiores ideais. Existe ainda um “ismo” muito perigoso – o subjetivismo: as pessoas se baseiam só naquilo que elas querem, que elas sabem ou conhecem; não analisam objetivamente as coisas, a realidade. Tudo é visto e valorizado pelo prisma subjetivo, daquilo que o sujeito acha ser verdadeiro, bom, belo e correto.

A lista desses “ismos” fica completa com o seguinte “ismo”: o relativismo, sobre o qual vamos refletir um pouco mais. Ele está muito ligado com os “ismos” que descrevemos acima. 

Aqueles “ismos” ajudam a criar e sustentar o relativismo: “atitude ou doutrina que afirma que as verdades (morais, religiosas, políticas, científicas, etc.) variam conforme a época, o lugar, o grupo social e os indivíduos” (Dicionário do Aurélio). É o modo de pensar e de agir como se não existissem valores absolutos e definitivos. Na mentalidade do relativismo, tudo é relativo, quer dizer: pode ser e pode não ser; pode existir e pode não existir; pode valer e pode não valer; tanto faz ser ou não ser; tanto faz praticar ou não praticar. Tudo depende da liberdade do indivíduo e do seu gosto particular ou de sua escolha subjetiva. Podemos falar basicamente de dois tipos de relativismo: o relativismo doutrinal e o relativismo moral.

Relativismo doutrinal: quando as doutrinas da fé católica, ou seja, as verdades da Igreja Católica ou religião cristã são explicadas e praticadas de forma totalmente livre. Cada um explica as verdades da nossa fé do jeito que achar melhor, mais bonito, mais interessante, mais original, mais atual ou mais tradicional, mais pessoal. Porém, isso gera uma tremenda confusão na mente das pessoas, porque se chega ao ponto de pensar que não existe uma doutrina válida para todos, uma doutrina universal e absoluta. Cada indivíduo vai ter a sua doutrina, a sua religião, a sua fé. As verdades fundamentais da fé católica não são mais absolutas, mas relativas, secundárias, relegadas ao segundo plano, dependendo do interesse de alguns grupos teológicos, movimentos, ou mesmo interesses e gostos pessoais. Isso está ligado aos “ismos” que explicamos acima e podemos chamá-lo popularmente de “achismo”: eu acho assim, eu acho assado, eu acho que se explica assim, minha teoria é essa, minha exegese é diferente, eu penso assim, eu quero assim. Assim se justifica muito facilmente o relativismo religioso, muito presente hoje em dia na cabeça de muita gente: Deus é um só e eu posso participar da Missa católica, ou das sessões espíritas, ou do culto evangélico... Confusão, muita confusão! Ignorância religiosa!

Relativismo moral: quando o ensinamento moral da Igreja Católica não é aceito, ou aceito em parte, ou quando é interpretado e vivido a seu modo. É muito semelhante ao relativismo doutrinal, só que mexendo agora com os valores morais, as leis ou normas morais da fé cristã. Cada um, em liberdade total ou quase total, escrevendo, falando e praticando a moral católica segundo seu conhecimento subjetivo e sua vontade pessoal. Em resumo: cada indivíduo tendo a sua própria moral. Mas isso já não é mais a verdadeira moral católica!

O relativismo é o maior inimigo da verdade, tanto doutrinal quanto moral, e é muito perigoso, porque gera muita confusão mental, espiritual e moral. Gera uma situação de anomia (ausência de leis), de anarquia (ausência de princípios e respeito pelas autoridades), de libertinagem (ausência da verdadeira liberdade), de caos social, porque, perdendo as referências fundamentais, tudo fica sem controle; além de entrar no caminho da perdição e condenação. Somente seguindo a doutrina e o ensinamento moral da Igreja, governada pelo Papa, representante de Cristo, é que estaremos no caminho certo da fé, da verdade, da autêntica vida moral e da salvação!

Dom Volodemer Koubetch, OSBM

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