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domingo, 18 de novembro de 2012

Estejam preparados





"... se tiverdes que sofrer por causa da justiça, felizes de vós! Não tenhais medo de suas intimidações, nem vos deixeis perturbar. 
Antes, declarai santo, em vossos corações, o Senhor Jesus Cristo e estai sempre prontos a dar a razão da vossa esperança a todo aquele que a pedir.
Fazei-o, porém, com mansidão e respeito e com boa consciência. Então, se em alguma coisa fordes difamados, ficarão com vergonha aqueles que ultrajam o vosso bom procedimento em Cristo. 
Pois será melhor sofrer praticando o bem, se tal for a vontade de Deus, do que praticando o mal. 
De fato, também Cristo morreu, uma vez por todas, por causa dos pecados, o justo pelos injustos, a fim de nos conduzir a Deus. Sofreu a morte, na existência humana, mas recebeu nova vida no Espírito."  
                                                                                                                                IPe 3.14,18                                       



Na condição de uma pessoa que veio a Cristo depois de vários anos de ceticismo, tenho uma afeição particular pelos livros de apologética cristã. Eles são uma das minhas paixões. Existem muitas provas conclusivas que garantem a confiabilidade das Escrituras, a autoridade da Bíblia como Palavra de Deus inspirada e a perfeição do registro bíblico dos eventos históricos que retrata, incluindo a vida terrena de Jesus Cristo. Há provas incontestáveis e convincentes de que o cristianismo é a única religião verdadeira, que o Deus trino que se revela em suas páginas é o único Deus do Universo e que Cristo morreu pelos nossos pecados para que pudéssemos viver.

É claro que as provas não substituem a fé, que é essencial para nossa salvação e comunhão com Deus. O estudo apologético também não desrespeita a nossa fé. Em vez disso, a enfatiza, qualifica, reforça e renova. Se não fosse assim, a Bíblia não diria "Estejam sempre preparados para responder a qualquer pessoa que lhes pedir a razão da esperança que há em vocês" (IPe 3.15).(...)

Como sabemos, os obstáculos intelectuais normalmente são apenas uma desculpa para os não-cristãos, mas, quando se remove a essência de suas desculpas, ficam desprotegidos para confrontar seus obstáculos reais, seus verdadeiros demônios.

Creio que existe outra razão importante para o mandamento bíblico "estejam preparados para responder". Não é simplesmente para nos ajudar a comunicar de maneira eficiente o evangelho, mas para equipar-nos com as ferramentas adequadas para resistir a certas dúvidas persistentes que encontramos nos momentos de fraqueza. Isso fortificará a nossa fé porque reunirá provas a favor do cristianismo.

Sem dúvida, precisamos estar mais bem equipados com as evidências, seja para nos ajudar a evangelizar de maneira melhor, seja para fortalecer a nossa própria fé. Como se já não bastasse termos de lidar com as tentações da carne, também somos confrontados diariamente com influências externas negativas. Essas influências ficaram cada vez mais sinistras e insidiosas nos dias atuais, como a Bíblia advertiu que aconteceria.

No passado, a dúvida dos não-cristãos era se o cristianismo era a única religião verdadeira, se alguma das outras religiões era verdadeira ou se Deus existia. Mas, de maneira geral, eles não estavam sobrecarregados pelo fardo de determinar se havia a assim chamada verdade.

Nossa cultura pós-moderna apresenta uma série de idéias sobre a verdade.
Ela ensina que a verdade e a moralidade são relativas, que não existe essa coisa de verdade absoluta. Para a elite intelectual que domina as nossas universidades e os principais meios de comunicação, essas idéias são consideradas sábias e progressistas, embora todos compreendamos intuitivamente que existe uma verdade absoluta e, mais importante, que todos conduzimos nossa vida baseados nesse reconhecimento.


Se você encontrar um desses gênios, tão certos de que a verdade é um constructo social definido pelos poderosos para que continuem no poder, pergunte se ele estaria disposto a testar sua teoria pulando do topo do edifício mais alto da vizinhança. Você também poderá fazer perguntas sobre a lei da não-contradição. Pergunte se ele acredita que duas coisas contraditórias podem ser verdadeiras ao mesmo tempo. Se ele tiver a desonestidade intelectual de dizer "sim", então pergunte sobre quão seguro está de que a verdade absoluta não existe. Estaria ele absolutamente certo?

Sim, a verdade é uma vítima de nossa cultura popular. Quando a verdade desaparece, a autoridade do evangelho diminui, porque o evangelho diz tudo sobre a Verdade. Podemos ver evidência disso em todos os lugares hoje. As noções atuais de "tolerância" e "pluralismo" são um resultado direto do ataque direto por parte da cultura à verdade. 
Os secularistas liberais insistem que a tolerância é a mais elevada virtude. Mas não dizem o que realmente entendem por "tolerância”. Para eles, a tolerância não envolve simplesmente tratar com respeito e civilidade aqueles que têm idéias diferentes. Significa afirmar que suas idéias são válidas, algo que os cristãos não podem fazer sem renunciar suas próprias crenças. Se, por exemplo, você defende a posição bíblica de que o comportamento homossexual é pecaminoso, então você não pode afirmar ao mesmo tempo que tal comportamento não é pecaminoso.
O secularista pós-moderno não aborda tais questões porque rejeita o conceito da verdade absoluta e da lei da não-contradição. Ele simplesmente segue seu caminho dando lições de moral a todos sobre tolerância e nunca explicando a contradição intrínseca de sua visão.
Os mercadores da tolerância são ainda mais expostos como fraudulentos quando verificamos que simplesmente não praticam aquilo que pregam — pelo menos com aqueles cristãos chatos e teimosos. Absolutamente não estão dispostos a "tolerar" a premissa cristã de que Jesus Cristo é o Caminho, a Verdade e a Vida. Para eles, reconhecer isso seria necessariamente refutar seu conceito de tolerância, o qual afirma que todas as idéias são do mesmo mérito. Em sua infinita criatividade, encontram uma exceção para sua exigência de tolerância universal quando a questão é lidar com cristãos.
Para eles, as prerrogativas da verdade exclusiva do cristianismo estão simplesmente fora dos limites, algo que chega a ponto de desqualificar os cristãos como pessoas dignas de receber a tolerância dos outros. Um administrador de uma universidade secular, por exemplo, disciplinou uma professora de posição conservadora por ter apresentado a literatura à sua classe em uma concepção cristã, o que incluiu um artigo sobre como os professores deveriam abordar a homossexualidade. O administrador afirmou: "Não podemos tolerar o intolerável". Como se vê, é muito fácil para esses tipos livrarem-se de suas posições indefensáveis. Eles simplesmente mudam de lugar os marcos de referência. Isso é que é definir a verdade por meio do poder!
Mas a crença que os cristãos têm de que a sua religião é a única verdadeira não os faz ser intoleráveis com as outras pessoas nem desrespeitosos ao direito que os outros têm de crer e adorar da maneira em que optaram por fazê-lo. Nossa cultura atual está tristemente confusa por causa dessa discriminação, e, assim, usam a confiança que os cristãos têm em seu próprio sistema de crenças para pichá-los como intolerantes para com aqueles que possuem um sistema de crenças distinto. Não existe nada mais falso do que isso. Além do mais, apenas para registrar, o cristianismo não é a única religião com afirmações exclusivas da verdade. Todas as grandes religiões fazem tais afirmações. Muitas das idéias centrais das principais religiões não podem ser reconciliadas, o que dá margem à última mentira da moda que diz que, em seu cerne, todas as religiões são iguais.
É comum ouvirmos ou lermos que todas os pessoas, em todos os lugares, adoram o mesmo Deus por meio de diferentes linguagens e culturas. Essa idéia, com o devido respeito, é absurda pelo que se apresenta. O islamismo, por exemplo, ensina que Cristo foi simplesmente um profeta, e não uma divindade. Como observou C. S. Lewis, se Cristo não é Deus, então não poderia ter sido um profeta exemplar ou um grande professor de moralidade, pois ele afirmava ser Deus. Se não era quem dizia ser, então ele era um mentiroso ou um lunático, e dificilmente um grande mestre de moral ou profeta.
Outro exemplo bastante óbvio é a afirmação de certas religiões orientais de que Deus está em tudo e que não existe uma distinção clara entre o Criador e a criação, o que é totalmente conflitante com o cristianismo. Os exemplos são infindáveis, mas a questão é que, embora as várias religiões possam compartilhar de valores semelhantes, muitas das crenças fundamentais não podem se ajustar. Fazer de conta que todas as religiões são essencialmente as mesmas pode levar as pessoas a se sentirem melhor, mas é muito fácil demonstrar que esse conceito é falso.
Mas o politicamente correto em nossa cultura acaba sendo vitorioso. Até mesmo muitas de nossas igrejas se corromperam com essas noções erradas de tolerância e pluralismo. Elas permitiram que sua teologia se diluísse e que a autoridade das Escrituras fosse denegrida em favor das idéias "evoluídas" que a sociedade tem sobre moralidade. Somente uma versão de cristianismo que prega que todas as religiões são iguais é tolerante e amorosa. Tradicionalmente, o cristianismo fundamentado na Bíblia é intolerante, insensível, exclusivo e não amoroso.
Portanto, até que ponto ser amoroso é tornar-se cúmplice da destruição da própria verdade, a ponto do esvaziamento do evangelho? Ser sensível é ajudar as pessoas a se afastarem do caminho da vida? Como cristão, de que maneira se pode explicar a decisão de Cristo voluntariamente se submeter à indignidade e à humilhação da forma humana, a experimentar a total separação do Pai, a fisicamente aceitar toda a ira real do Pai pelos pecados do passado, do presente e do futuro de toda a humanidade e sofrer o indescritível tormento e morte na cruz se todos os outros caminhos levam igualmente a Deus? Que imensurável afronta à obra completa de Cristo na cruz! Que ato de deliberada desobediência às orientações de Cristo para que levemos o evangelho a todos os cantos da Terra! Pois se todas as religiões são iguais, então tornamos Cristo mentiroso e consideramos sua Grande Comissão uma farsa inútil, porque removemos todo o incentivo para evangelizar.
Não estou sugerindo que os cristãos devam abordar a questão da evangelização de maneira vociferante e desrespeitosa. Certamente devemos honrar os princípios de que todas as pessoas são iguais diante de Deus e dignas de igual proteção da lei, assim como de tratamento justo, cortês e respeitosa. Mas não existe um imperativo moral que nos diga que devamos adotar a idéia de que todos os sistemas de crenças são igualmente verdadeiros. Existe um imperativo moral para que não façamos isso.(...)
DAVID LIMBAUGH
Prefácio do Livro: Não Tenho fé suficiente para ser ateu,
de Norman Geisler & Frank Turek

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