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sábado, 10 de novembro de 2012

Desmascarando o Inimigo





“É preciso arrancar a máscara dessa seita a fim de mostrá-la tal como é.” Assim se pronunciava o Papa Leão XIII (Encíclica Humanum Genus, 1884).
A nosso ver, esse pedido do Papa deve chegar aos nossos ouvidos como um grande mandato. Mais do que nunca é preciso arrancar as máscaras do Inimigo Oculto, como o chamou Paulo VI, na sua famosa alocução “Livrai-nos do mal” (1972).
Sei, por experiência própria, que todo aquele que se atreve a falar sobre tal tema é classificado sob os rótulos de milenarista, fundamentalista ou pejorativamente de “profeta dos últimos tempos“.
Tais chavões não são de se estranhar, afinal, se quem comumente os usa nem em Deus acredita mais, como haverá de crer na existência do diabo?
Lembro-me de um curso que participei com um desses teólogos renomados, que ao comentar o pontificado do Papa Paulo VI dizia: “Esse foi bonzinho, pena que no final do seu mandato o velhinho esclerosou e começou a falar sobre o diabo“. O próprio Paulo VI, prevendo reações como essa, já dizia no início de sua alocução: “Não deveis considerar a nossa resposta simplista, ou até supersticiosa e irreal“.
A fala de tal teólogo, infelizmente, reflete o pensamento de uma grande maioria de teólogos, padres, fiéis da Igreja formados nos moldes da teologia protestante da desmitização de Rudolf Bultmann, que para dialogar com o homem moderno, retirou dos Evangelhos o seu aspecto sobrenatural.
Decorrente desse pensamento, a teologia que sucedeu foi ainda mais radical e ficou conhecida pelo chocante nome de “teologia da morte de Deus“. Para quem quiser se aprofundar no tema indico o livro de J. E. Martins Terra: Existe o diabo? Respondem os teólogos, São Paulo, Loyola, 1975.
Não foi sem razão que o Papa Paulo VI, por ocasião do aniversário de nove anos de seu pontificado, disse aquela tão célebre e conhecida frase: “Da qualche fessura sia entrato il fumo di Satana nem tempio di Dio” (Por alguma brecha a fumaça de Satanás penetrou no templo de Deus)”.
A continuação de sua colocação chega a assumir um certo tom apocalíptico ao afirmar que “a Igreja vive dias cheios de nuvens, de tempestade, de escuridão, de indagação, de incertezas. Confiamo-vos um pensamento nosso: houve a intervenção de um poder adverso. Seu nome é o diabo” (Alocução “Livrai-nos do mal”, de 15 de novembro de 1972).
Como é possível continuar negando a existência do diabo diante de tantas evidências escandalosas? Na história humana, nunca o Inimigo Oculto tornou-se tão cultuado como nos dias de hoje.
Não precisamos mais fazer tantos esforços para descobrirmos sua atuação em nosso meio. Basta colocar num site de busca a palavra “satanismo” e você se surpreenderá como o que poderá ver. Foi o que fiz quando um dos jovens que havia passado por uma de nossas casas me ligou chorando e com voz trêmula, dizendo-me que estava em um hospital e que precisava da minha ajuda. Perguntei a ele o que tinha acontecido e ele me disse que havia tentado o suicídio.
De início sofri um impacto, pois o conhecendo bem,  sabia que tal atitude não condizia com sua pessoa. A esse primeiro telefonema sucederam-se outras conversas em que fiquei sabendo, com detalhes, o que realmente havia acontecido.
Nosso jovem tinha se envolvido com um grupo da sua idade, entre 18 a 20 anos, e com ele passou a frequentar lugares, e pelo que me confidenciou não eram poucos, em que se praticava o ocultismo.
Ele me disse que achava aquilo tudo muito legal.  Todo mundo vestia-se de preto, trocava o dia pela noite, se reunia para ler livros esotéricos e de bruxarias. Curtiam rock pesado e, é claro, “puxavam um baseado” (cigarro de maconha). À medida em que o tempo passava, as coisas se intensificavam cada vez mais e foi quando começaram a “invocar Satanás” em rituais de consagração.
Completamente obcecado, como ele dissera, por idéias satânicas, decidiu “sacrificar a sua vida a Satanás” pulando do último andar de sua casa, com um arame de aço preso ao pescoço. O mais impressionante, é que ele havia planejado antecipadamente o seu suicídio, verificando o lugar, o horário que sua família não estivesse em casa, a resistência do arame que usaria para prender seu corpo.
Graças à intervenção poderosa de Deus, no momento em que ele se jogou, sua irmã, que estava em casa, escutou o barulho e correu para ver o que era e encontrou o seu corpo se debatendo na parede, pendurado pelo pescoço. Gritando, ela começou a chamar pelos vizinhos que rapidamente acorreram e puderam, assim, salvar a sua vida.
A partir desse ocorrido, comecei a me interessar mais pelo assunto e então percebi que esse não era um fato isolado. Infelizmente, a maioria deles, não teve um final feliz.
Fiquei impressionado com as descobertas que fui fazendo sobre o satanismo e a sua acelerada expansão. Só na Internet existem mais de cinco mil sites em português, em italiano mais de quatro mil, em espanhol mais de sete mil e agora, pasmem, em inglês são mais de setenta e oito mil. E por falar em internet, onde hoje nossos jovens passam uma grande parte de seu tempo?

Pe. Gilson Sobreiro
Fundador da Fraternidade “O Caminho”
Texto extraído do Livro: Desmascarando o Inimigo, São Paulo, Editora Palavra & Prece, 2007.

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