Evangelho - Mt 12,46-50
"Naquele tempo:
Enquanto Jesus estava falando às multidões,
sua mãe e seus irmãos ficaram do lado de fora,
procurando falar com ele.
Alguém disse a Jesus:
'Olha! Tua mãe e teus irmãos estão aí fora,
e querem falar contigo.'
Jesus perguntou àquele que tinha falado:
'Quem é minha mãe, e quem são meus irmãos?'
E, estendendo a mão para os discípulos, Jesus disse:
'Eis minha mãe e meus irmãos.
Pois todo aquele que faz a vontade do meu Pai,
que está nos céus,
esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe.'"
Enquanto Jesus estava falando às multidões,
sua mãe e seus irmãos ficaram do lado de fora,
procurando falar com ele.
Alguém disse a Jesus:
'Olha! Tua mãe e teus irmãos estão aí fora,
e querem falar contigo.'
Jesus perguntou àquele que tinha falado:
'Quem é minha mãe, e quem são meus irmãos?'
E, estendendo a mão para os discípulos, Jesus disse:
'Eis minha mãe e meus irmãos.
Pois todo aquele que faz a vontade do meu Pai,
que está nos céus,
esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe.'"
Quem é minha mãe e quem são meus irmãos?
São Jerônimo: É necessário ter presente que nas Sagradas Escrituras o vocábulo irmãos se toma em quatro sentidos: há irmãos por natureza, de nacionalidade, de parentesco e de carinho. Por natureza é como Esaú e Jacó (Gn. 25); por nacionalidade, como todos os judeus se chamam entre si (Dt. 17): "Não poderás constituir sobre ti um homem estrangeiro que não seja teu irmão". Ademais se chama de irmãos os que são de uma mesma família: "Disse Abraão a Lot: não haja disputa entre ti e mim, porque somos irmãos" (Gn. 13). Os irmãos de carinho o são de uma maneira geral ou de uma maneira individual. Desta, porque todos os católicos se chamam irmãos, como diz o Salvador (Jo. 20): "Vai e diz a meus irmãos". E, de uma maneira geral, porque todos os "homens reconhecem um só pai e estão unidos entre si por um parentesco comum:" Dizei aos que os molestaram: sois nossos irmãos "(Is. 66).
Agora, pergunto: de que maneira são irmãos do Senhor os que assim são chamados no Evangelho? Por natureza? Não, porque a Escritura nunca o diz nem os chama filhos de Maria nem de José. Por nacionalidade? Não, porque seria um absurdo chamar de irmãos uns tantos judeus e não os demais, sendo que todos os judeus ali presentes teriam direito à mesma denominação. Seria segundo o afeto, natural ou sobrenatural? Neste sentido, quem melhor que os Apóstolos, a quem o Senhor dava instruções íntimas, mereceriam ser chamados de irmãos? Resulta pois que a palavra irmão deve ser tomada, não no sentido da natureza, nem de nacionalidade, nem de afeto, mas sim no sentido de parentesco.
Compreendemos, assim, que a palavra irmão refere-se a primos do Salvador, filhos de uma tia materna, que é chamada mãe de Tiago, o menor, de José e de Judas, os quais em Mc. 6,3 e Gl. 1 são chamados de irmãos do Senhor. Toda a Escritura nos dá testemunho de que o nome de irmãos se estende até os primos.
Para Maria, nem menosprezo nem diminuição
Esta visita, segundo diz expressamente São Marcos, nada tem de comum com a outra que fizeram a Jesus alguns vizinhos que não criam nEle. Tendo ouvido dizer que a situação de seu divino Filho era arriscada, pelo conflito que havia surgido entre Jesus e as autoridades judias, Maria acorreu com denodo e valentia para perto d'Ele, como mais tarde O seguirá até o Calvário.
Àquele que lhe havia dito: "Eis que tua mãe e teus irmãos te buscam", respondeu Jesus, após lançar aos ouvintes um olhar afetuoso: "Quem é minha mãe e quem são meus irmãos?" E estendendo em seguida a mão para seus discípulos, acrescentou: "Eis aqui a minha mãe e os meus irmãos: porque todo aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe".
Palavras cuja profundidade recorda aquelas que pronunciou Jesus em circunstâncias anteriores: no templo de Jerusalém, sendo menino ainda, e nas bodas de Caná, quando fez seu primeiro milagre. Também agora suas palavras não tinham nada de humilhante para Maria, já que, além de não serem dirigi das diretamente a Ela, não eram menosprezo nem diminuição alguma de seus privilégios maternais.
Só que também aqui considera Jesus suas relações de filho a mãe sob o ponto de vista do dever, antes de considerá-las segundo a natureza. E de sua parte, quão dulcíssima benignidade e condescendência para com todos seus discípulos, os de então e os que haveriam de vir! O cumprimento da vontade de Deus une estreitamente com Cristo, à maneira dos vínculos maternais e fraternos.
Revista Catolicismo
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